Política

Lula afirma que Brasil responderá “carta agressiva” da UE nas próximas semanas

Durante a manhã desta quarta-feira (19) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil irá responder á carta adicional da União Europeia no acordo com o Mercosul “em até três semanas”. Além de pontuar que os europeus devem aceitar “de forma tranquila” a contraproposta.

Lula aproveitou para criticar novamente o documento europeu e enfatizou que a carta é “agressiva“. O presidente também deixou claro que em uma negociação não se pode ter “ameaças” entre os parceiros históricos.

Em Bruxelas, na Bélgica, o presidente concedeu uma entrevista e falou com jornalistas enquanto participava da 3ª Cúpula Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) – União Europeia, que reuniu 33 países latinos americanos e 27 europeus.

“A Europa tinha feito uma carta agressiva. Ameaçava com punição se a gente não cumprisse os requisitos ambientais. Parceiros não discutem com ameaças, discutem propostas”, pontuou Lula. Segundo o presidente, “a resposta brasileira está sendo discutida” e será entregue “daqui a 2, 3 semanas à União Europeia”, afirmou.

Ainda durante a entrevista, Lula pontuou que a carta adicional europeia foi uma tentativa de fazer pressão para que o Brasil cedesse nas negociações, o que, de acordo com ele, não vai acontecer.

“Nós não aceitamos a carta adicional da União Europeia. É impossível imaginar que, entre parceiros históricos como nós, alguém faça uma carta com ameaça. Achamos que a União Europeia vai concordar tranquilamente com a nossa resposta. Eu acho que a carta adicional da União Europeia foi possivelmente alguém achando que, fazendo pressão, a gente iria ceder. Não, a gente não vai ceder”, afirmou o petista.

Lula se diz otimista para acordo entre UE e Mercosul

O presidente Lula destacou que, após muito tempo, pela 1° vez se sente otimista com a possibilidade concreta da realização do acordo entre os 2 blocos econômicos. Assim, acredita que a parceria deverá ser firmada até o final deste ano.

A União Europeia e o Mercosul, bloco composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, finalizaram em 2019, as negociações em torno do acordo que percorria cerca de mais de 20 anos. O compromisso foi suspenso devido a preocupações dos europeus com o aumento do desmatamento na Amazônia e outras exigências em relação às mudanças climáticas.

Lula destacou que a reunião da Celac com a UE, realizada na 2ª e na 3ª feira (17 e 18.jul), em Bruxelas, mostrou que o bloco europeu está interessado “de verdade” em investir na América Latina. “Pela 1ª vez, senti a União Europeia interessada em voltar de verdade para a América Latina. Primeiro, pela questão do clima”, iniciou o presidente.

“Segundo, pela questão energética. A parte do mundo que pode produzir o hidrogênio verde que a Europa precisa é a nossa América Latina. Temos que aproveitar”, finalizou Lula, fazendo questão de expressar sua felicidade com o resultado do encontro.


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