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Após alta inflação, debate na Argentina é focado na economia

Com a Argentina enfrentando uma crise por conta do aumento da pobreza e alta inflação, o 1º debate entre os candidatos à Presidência do país, realizado no último domingo (1°) foi marcado por temas econômicos. Javier Milei, Sergio Massa, Patricia Bullrich, Juan Schiaretti e Myriam Bregman disputam o 1º turno da eleição em 22 de outubro. Através de uma avaliação feita pela imprensa argentina pelos jornais La Nación e Clarín é possível afirmar que não houve um vencedor ou um perdedor.

As publicações citaram o clima de tensão entre os candidatos e a troca de acusações, em especial entre Milei e Massa que lideram a disputa segundo as pesquisas de intenção de voto. Massa criticou o plano de Milei de dolarização e tentou se desvencilhar do presidente da Argentina, Alberto Fernández. Ele fez menções ao governo, mas não diretamente ao ocupante da Casa Rosada. Também não citou a vice-presidente, Cristina Kirchner.

“Eu tenho claro que a inflação é um problema enorme na Argentina. Também tenho claro que os erros deste governo causaram danos às pessoas”, afirmou Massa. “E por isso, embora eu não fosse parte (da atual gestão) até assumir como ministro da Economia (em agosto de 2022), peço desculpas”, completou. Milei liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023. Está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.

Ele se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” é contra a interferência do Estado na sociedade, a favor do sistema de livre mercado e afirma querer acabar com um sistema de “castas” que estaria em vigor no país. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. O candidato declarou que “a Argentina começou o século 20 sendo o país mais rico do mundo”, posição que foi perdendo ao longo dos anos por causa do “modelo de castas” vigente. “Propomos reformar o Estado, baixar drasticamente a despesa pública, reduzir impostos, fazer privatizações para se livrar das desastrosas empresas estatais, abrir a economia e fechar o Banco Central”, afirmou.

O 2º debate será realizado no próximo domingo (08) na faculdade de direito da Universidade de Buenos Aires. Terá início às 21h (horário de Brasília). Nesse encontro, os candidatos discutirão segurança, trabalho, produção, desenvolvimento humano e proteção ao meio ambiente. Caso haja um 2º turno das eleições, será realizado em 19 de novembro. Neste cenário, um 3º debate será realizado em 12 de novembro, também na faculdade de direito da Universidade de Buenos Aires.

Entenda como funciona as eleições na Argentina

Na Argentina, as eleições presidenciais são realizadas a cada 4 anos. O mesmo período é usado para o pleito da Câmara, que elege quase metade dos deputados (130 ou 127, alternadamente a cada eleição, de 257 cadeiras). Já os senadores têm mandatos de 6 anos. Cada eleição escolhe um terço da Casa Alta, que tem 72 assentos.

Para as eleições de governadores, cada província tem seu calendário próprio. Este ano, só 4 escolherão novos chefes do Executivo: Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e Santa Cruz. Nas eleições gerais, os candidatos à Presidência precisam de ao menos 45% dos votos ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais em relação aos demais candidatos para vencer em 1º turno.

Caso ninguém atinja essa marca, será necessário um 2º turno, que está previsto para ser realizado em 19 de novembro de 2023. Neste caso, vence o candidato com maior número de votos.


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