Economia

Como se livrar de um financiamento de 30 anos e ainda pagar menos?

A decisão de comprar a casa própria leva em conta muitos fatores psicológicos e de estilo de vida. Se você fez essa escolha ou está se preparando para realizar o sonho, já deve ter se deparado com o financiamento imobiliário – onde dívidas bancárias podem se estender por até 30 anos. Atualmente, ela é a maneira mais popular de aquisição de um imóvel no Brasil.

Diante disso, surgem diversas estratégias para quitar esse financiamento de forma mais eficiente e econômica. A amortização, por exemplo, é uma abordagem que pode reduzir significativamente o montante devido e o período de pagamento. Além disso, há outras estratégias como o uso do FGTS, portabilidade de crédito e planejamento financeiro.

Ao ser consultado pelo portal N10, o Professor Doutor em economia do Mackenzie, Hugo Garbe, afirmou que a Tabela SAC (Sistema de Amortizações Constantes) acaba sendo melhor que a Tabela Price que em muitos casos acaba se tornando imprevisível. “Com isso, o próprio sistema de amortização fica menor com o passar do tempo, desta forma, é aconselhável optar pelo sistema de amortização constante”, pontuou.

A amortização, por exemplo, é uma abordagem que pode reduzir significativamente o montante devido e o período de pagamento (Créditos: Agência Brasil)
A amortização, por exemplo, é uma abordagem que pode reduzir significativamente o montante devido e o período de pagamento do financiamento (Créditos: Agência Brasil)

Garbe ressaltou ao N10 que sempre vale a pena amortizar, já que com essa prática se está amortizando os juros. “Geralmente o juros do financiamento imobiliário é maior do que se teria no rendimento de uma aplicação financeira, então quanto menos juros se pagar e mais cedo houver a quitação do imóvel é melhor” afirmou o professor.

No contexto da amortização, o doutor em economia enfatizou que o comprador pode usar o FGTS, já que ele possuí uma rentabilidade baixa e com isso não vale a pena deixar o dinheiro parado sendo que a taxa de juros é mais alta no mercado financeiro. “Vale a pena tirar o dinheiro do FGTS para quitar o seu financiamento imobiliário”, esclareceu.

Hugo Garbe ainda destacou ao portal que geralmente após a quitação do financiamento o banco indica quais são os próximos passos para que o comprador tenha o imóvel em seu nome. “Na maioria dos casos a instituição financeira apresenta um termo de quitação, com isso, é necessário levar até o cartório [pago altas taxas, fique ciente] e assim passar para o nome do indivíduo e desvincular o banco, gerando assim a matrícula no nome do proprietário”, pontuou.

Como calcular uma amortização em caso de financiamento

Legalmente, o imóvel só será realmente seu depois que você pagar a última parcela. Confira abaixo uma simulação em caso de financiamento:

Suponha que você financiou R$ 100 mil em 30 anos, o que dá um total de 360 parcelas. Os pagamentos mensais não serão, simplesmente, R$ 100 mil divididos por 360, que resultaria em cerca de R$ 280 ao mês. Com isso, pode-se estimar que, na realidade, a parcela seria algo próximo de R$ 1 mil, neste exemplo.

Isso porque, a cada parcela paga, cerca de 30% do dinheiro é destinado ao saldo devedor, enquanto outros 70% representam juros. Veja nos tópicos a seguir:

  • Juros devidos: R$ 171.272,71
  • Principal devido: R$ 100.000,00
  • Total devido: R$ 271.272,71

Para fazer a amortização basta acessar o aplicativo do banco onde você fez o financiamento do seu imóvel e escolher a opção de “amortização por tempo”. A cada mês, ou quando conseguir reunir um valor extra, direcione-o para a amortização. Confira as duas opções:

  1. Amortizar por valor, em que, ao colocar valores extras na amortização, o valor mensal da sua parcela é reduzido (em vez de se pagar R$ 1 mil, a próxima cobrança será de R$900, por exemplo)
  2. Amortizar por tempo, em que se diminui a incidência de juros visto que a duração do pagamento é menor.

Revisado por: Hiago Luis


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