Em discurso, Putin defende uma nova ordem mundial “inevitável e necessária”

O líder russo, Vladimir Putin, em um discurso inflamado em Sochi, manifestou sua visão de um futuro econômico mundial mais equilibrado e democrático. Suas palavras, que ressoam com contornos de uma profunda reforma nas estruturas econômicas globais, trazem à tona os desafios atuais e as aspirações de um mundo menos dominado por uma única potência econômica.

Segundo Putin, a transição para uma ordem mundial multipolar é, historicamente, “inevitável e necessária“. O presidente evidenciou a urgência de criar bases econômicas sólidas e democráticas, que sejam justas para a maioria da humanidade. Com isso, apontou uma clara crítica ao sistema econômico e financeiro vigente, dominado por poucas nações, que, segundo ele, visa endividar e submeter outras nações à servidão econômica.

Adicionalmente, ele lançou luz sobre o fato preocupante de que, na atualidade, muitas nações estão sendo transformadas em “colônias econômicas“, privadas de recursos vitais para seu desenvolvimento.

Distorções do atual modelo financeiro

Putin não deixou de expressar sua visão sobre os problemas do atual sistema financeiro. Segundo ele, o mundo está se libertando gradualmente da “ditadura de um modelo financeiro” que tem como objetivo principal o endividamento das nações. Esta dinâmica, na visão do presidente russo, restringe o crescimento e prosperidade de muitos países, colocando-os sob o jugo econômico de potências dominantes.

O líder russo vê um futuro em que plataformas financeiras internacionais e sistemas de pagamento estarão “fora das jurisdições nacionais“. Estes sistemas, segundo Putin, serão mais seguros, confiáveis e imunes à influência de moedas dominantes, especialmente o dólar americano. Essa perspectiva de um sistema financeiro menos centralizado e mais democrático, na visão de Putin, protegeria os países de “influências externas injustas“.

Nesta direção, Putin mencionou que vários bancos centrais, especialmente na Ásia e no Oriente Médio, estão trabalhando em projetos promissores relacionados a moedas digitais. Estas iniciativas, de acordo com o presidente, têm o potencial de revolucionar o sistema de pagamentos global, tornando-o mais democrático, transparente e imune a abusos externos.