Na manhã desta quinta-feira (17) a Polícia Federal (PF) realizou uma nova etapa da Operação Lesa Pátria, que visa enquadrar todos os envolvidos na tentativa de golpe de Estado realizada em 8 de janeiro deste ano. Nesta etapa, o foco são os articuladores do golpe que através do código “Festa da Selma”, espalhavam coordenações e orientavam as pessoas sobre como se portar no dia do golpe.
De acordo com a investigação da PF, o termo “Festa da Selma” foi utilizado para convidar e organizar o transporte para as invasões, e também serviu para compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão dos prédios dos Três Poderes: Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
E ainda, o termo “Festa da Selma” foi utilizado para que outras pessoas também repassassem instruções, como não levar idosos e crianças, e se preparar para enfrentar a polícia. Além disso, foi descoberto que os termos mais utilizados pelos organizadores da “Festa da Selma” eram: “guerra”, “ocupar o Congresso” e “derrubar o governo constituído”.
Entre as publicações nas redes sociais, pode-se verificar que um dos perfis mais ativos na divulgação do código foi o de uma internauta identificada como “Vanessa”. No perfil @Vanessasdireita, a página bolsonarista fez ao menos 57 publicações com o código “Selma”. O perfil mostra indícios de automatização e tem mais de 14,3 mil tuítes publicados. Quantidade significativa se considerada a data de abertura da conta na plataforma em novembro de 2022.
Em uma das publicações, “Vanessa” pontuou que “a festa da Selma hoje vai está bombando”. “Não param de chegar convidados! Ela pediu para vocês viralizaresse convite! A entrada é liberada para todos os patriotas do Brasil, tirando crianças e idosos. Vai ser o maior Show de todos os tempos, não fique de fora Felicidades Selma ”, publicou.
Postagens com o termo “Festa da Selma”
Ainda sobre as postagens com o termo “Festa da Selma” o segundo maior número de interações verificado pelo levantamento, aparece o perfil @SianoAker. Segundo informações, o usuário usou o termo “Selma” em 41 oportunidades.
Em uma delas, enfatizou: “A festa da Selma não tem dia para termina”. “Preparem-se para acampar, cozinhar e usar os banheiros daí. Não arredem o pé”. Em algumas das publicações o código era acompanhado da hashtag #BrazilianSpring (“primavera brasileira”, em tradução livre do inglês).
Trata-se de termo apropriado dos movimentos em países árabes, originado da Primavera Árabe, movimento revolucionário ocorrido no Oriente Médio e no Norte da África em 2010.
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