Política

Lula diz que Bolsonaro ‘abriu as portas para os ilícitos ambientais na Amazônia’

Nesta terça-feira (8) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aceitou que houvesse crimes ambientais na Amazônia e aumento do desmatamento no Brasil durante a sua gestão. Sem citar o nome de Bolsonaro, Lula pontuou que as políticas do ex-chefe do Executivo beneficiaram. “Apenas uma minoria que visava o lucro imediato”.

O discurso foi realizado pelo petista na Cúpula da Amazônia durante o encontro com presidentes e representantes de países que também têm floresta tropicais. O evento é realizado nesta terça-feira e quarta-feira (8 e 9 de agosto) em Belém (PA).

De acordo com o presidente, a crise política que se espalhou no país levou ao poder “um governo negacionista com consequências nefastas”. Lula ainda acusou Bolsonaro de ter exposto, em discurso na ONU (Organização das Nações Unidas) em 2020, “noções de um nacionalismo primitivo”. Que segundo ele o ex-presidente “responsabilizou índios e caboclos pelas queimadas provocadas pela ação humana”.

Anteriormente, em 2020, em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro afirmou que a floresta seria úmida e, por isso, não permitiria a propagação de fogo no seu interior. Afirmou ainda que as queimadas haviam sido provocadas por caboclos e índios que estariam queimando roçado em áreas já desmatadas.

Ainda no discurso realizado pelo atual chefe do Executivo, nesta terça-feira, Lula ainda afirmou que ativistas que atuavam em prol da preservação ambiental e dos direitos humanos foram perseguidos e atacados. “Perdemos de forma violenta diversas lideranças que lutaram contra a destruição e o descaso. Os que mais sofreram foram os indígenas e os povos tradicionais”, pontuou.

Lula revela detalhes sobre a Amazônia

Lula ainda reforçou, nesta terça-feira, que além do cuidado com o meio ambiente e a biodiversidade da Amazônia, é preciso cuidar das 50 milhões de pessoas que vivem em seu território.

Até 2030 o governo está disposto a zerar o desmatamento para isso, aposta em uma transição econômica para a região, baseada na industrialização e infraestrutura verdes, na sociobioeconomia e nas energias renováveis. Também haverá o fomento à restauração de áreas degradadas e à produção de alimentos, com base na agricultura familiar e nas comunidades tradicionais.

“Para resolvermos os problemas da região, precisamos reconhecer que ela também é um lugar de carências socioeconômicas históricas. Não é possível conceber a preservação da Amazônia sem resolver os múltiplos problemas estruturais que ela enfrenta. A Amazônia é rica em recursos hídricos, mas em muitos lugares falta água potável. A despeito da sua grande biodiversidade, milhões de pessoas na região ainda passam fome. Redes criminosas hoje se organizam transnacionalmente, aumentando a insegurança por toda a região”, afirmou Lula.

Ainda durante a Cúpula da Amazônia, Lula afirmou que a Declaração de Belém que será adotada pelos chefes de Estado dos países amazônicos será um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ainda segundo o presidente as soluções passam pela ciência e pelos saberes produzidos na região.


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