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Com 330 fábricas no Brasil, Shein quer 85% em vendas de produtos nacionais

Nesta quinta-feira (19) a varejista de moda e beleza Shein anunciou a ampliação de seu portfólio para atender os interesses do público brasileiro. Foram lançadas as categorias plus size (com tamanhos do 48 ao 58), fitness (roupas para treinos e esportes) e underwear (moda íntima) com peças produzidas no Brasil. Desde o anúncio do início da produção local, ocorrido em abril, a companhia de origem chinesa já conta com mais de 4.000 modelos fabricados no país.

“Para a produção local, desenvolvemos uma nova tabela de medidas de acordo com o corpo brasileiro. Isso, para nós, é muito importante pois oferecer uma boa modelagem, com diversas opções de tamanhos, reforça nosso compromisso em oferecer a beleza da moda para os nossos consumidores com preços acessíveis”, afirmou Fabiana Magalhães, diretora de produção local da Shein Brasil. “Incorporar a produção local das peças no Brasil foi uma decisão bastante estratégica para a Shein. O país está entre os cinco maiores mercados no mundo para a empresa e possui uma grande capacidade têxtil e mão de obra qualificada.”

A Shein reforçou seu compromisso de investir ao menos 750 milhões de reais para fornecer tecnologia e treinamento para seus parceiros comerciais no Brasil. Hoje, a Shein detém parcerias de produção com cerca de 330 fabricantes locais em 12 estados, 213 dessas fábricas atendem ao modelo de negócios da Shein, com a produção de um pequeno lote de 100 a 200 peças por produto e a reposição de acordo com a demanda do público em tempo real.

Até o final de 2026, a ideia é ter parcerias com pelo menos 2.000 fabricantes nacionais, gerando 100.000 empregos diretos e indiretos, e fazendo com que 85% da receita nacional da varejista seja composta por itens produzidos e vendidos no Brasil. Desde que deu início a operação local, a empresa diz ter fabricado quatro mil modelos no Brasil. Das 330 fábricas com as quais trabalha, 213 operam no modelo de negócios da varejista chinesa, com produção de lotes menores, de 100 a 200 unidades por produto, de acordo com a demanda.

A Shein aderiu em setembro ao Remessa Conforme, programa do governo federal que isenta de imposto de importação compras até US$ 50, e que tem como um dos focos evitar a entrada de produtos sem os devidos tributos. Uma análise do BTG Pactual, divulgada nesta semana, mostrou que o programa reduziu a competitividade da marca em relação aos concorrentes brasileiros. Ainda assim, a empresa segue na liderança do ranking de menores ofertas de preços, com valores 26% mais baixos que a segunda colocada.

Confira como funciona a produção da Shein no Brasil

A Shein tem um modelo de negócios baseado em produção de pequena escala e não trabalha com grandes estoques. A marca produz pequenos lotes de roupas, com 100 a 200 peças, que são anunciados no e-commerce. Caso as peças tenham demanda, novas encomendas são realizadas aos fornecedores.

No Brasil, não é diferente. O processo de pesquisa, confecção, testes até a divulgação das peças no site varia entre 30 a 40 dias. O processo de reposição acontece, em média, a cada duas semanas. Para garantir ainda mais agilidade dos fornecedores parceiros, a Shein disponibiliza todos os dados de vendas em tempo real.

“Temos uma equipe de planejamento e tendências que se dedica a analisar as passarelas, as tendências da moda e as necessidades dos consumidores. Cada tendência é confirmada com tecnologia, por meio da análise de dados”, explica Magalhães. Para atender a Shein, os fornecedores têm que se adaptar ao modelo de produção mais rápido e dinâmico da marca. A diretora acredita que a companhia tem um case de sucesso que atrai muitos parceiros interessados em participar do momento de inovação do mercado.

Nós produzimos o que os clientes querem consumir com base em dados. O fabricante está no centro da operação, ele tem acesso aos dados de venda em tempo real. A Shein atrai muitas fábricas que entenderam que o mercado está mudando e que o antigo modelo talvez não os leve ao futuro”, pontua.

Os parceiros estão localizados em estados como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.


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