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Argentina vai para eleições presidenciais marcadas por volatilidade e incerteza

Este domingo (22) representa um marco crucial para a Argentina, um país que testemunha uma histórica ruptura do bipartidarismo que predominou sua política durante as últimas duas décadas. Mais de 35,8 milhões de argentinos estão prontos para escolher seus representantes, em um cenário marcado por uma crise econômica devastadora e uma incerteza sobre os resultados eleitorais.

A certeza de um “business as usual” (dentro da normalidade) na política argentina foi desafiada com o surgimento de várias frentes políticas. Entre as opções principais estão: Javier Milei, que representa o partido “La Libertad Avanza”; Sergio Massa, atual ministro da Economia e líder da coalizão “Unión por la Patria”; Patricia Bullrich, da coalizão “Juntos por el Cambio”; Myriam Bregman, apoiada pelo “Frente de Izquierda y Trabajadores”; e Juan Schiaretti, governador de Córdoba, representando “Hacemos Nuestro País”.

Desafios econômicos

Os argentinos se dirigem às urnas sob um clima de extrema exaustão econômica. Os últimos quatro meses viram uma inflação mensal de dois dígitos, chegando a um impressionante 12,7% em setembro. A desvalorização da moeda local tem sido tão dramática que o dólar paralelo ultrapassou a marca de mil pesos. Além disso, a fome tornou-se uma realidade amarga, afetando milhões de cidadãos.

Mudança no paradigma político

A crise econômica e social tão pronunciada resultou na ruptura do modelo político estabelecido desde 1983. Tradicionalmente, as eleições presidenciais na Argentina eram uma disputa entre o peronismo dominante e o antiperonismo. Contudo, esta fratura permitiu o surgimento de uma terceira força, encabeçada pelo candidato ultraliberal, Javier Milei.

Sergio Massa, representando a força política peronista tradicional e Patricia Bullrich, um nome proeminente da “direita histórica”, também estão na corrida, aumentando as opções para os eleitores.

O fenômeno Javier Milei

Contra a esquerda, Milei promete que Argentina deixará de ser 'terra fértil' para a corrupção (Créditos: Reprodução/ Redes sociais)
Contra a esquerda, Milei promete que Argentina deixará de ser ‘terra fértil’ para a corrupção (Créditos: Reprodução/ Redes sociais)

Milei, muitas vezes referido como um “anarco-capitalista”, surpreendentemente liderou as primárias obrigatórias de agosto. As pesquisas sugerem que ele tem grandes chances de vencer no primeiro turno. Para isso, ele precisa garantir 45% dos votos válidos, ou 40% com uma vantagem de mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Caso contrário, uma segunda rodada de votação acontecerá em 19 de novembro.

O vencedor sucederá Alberto Fernández como presidente e assumirá o cargo em 10 de dezembro, iniciando um mandato de quatro anos.

Perspectiva dos eleitores

A situação econômica do país é, sem dúvida, um grande influenciador nas decisões dos eleitores. O futuro da Argentina está nas mãos de seu povo, e o resultado destas eleições poderá definir a direção que o país tomará nos próximos anos.

Neste momento decisivo, é essencial para os argentinos ponderarem cuidadosamente suas escolhas, considerando o passado, presente e, mais importante, o futuro de sua nação.


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Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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