Muito além da ficção científica, as armas laser estão finalmente ganhando espaço no cenário tecnológico-militar global. Por anos, uma das principais barreiras para a utilização dessas armas em larga escala tem sido o superaquecimento. Porém, pesquisadores da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa da China afirmam ter resolvido esse dilema.
Quando falamos de sistemas de laser de alta energia, especialmente aqueles projetados para neutralizar veículos aéreos não tripulados, como drones de guerra, o excesso de calor é uma questão pertinente. A cada utilização, os dispositivos superaquecem, obrigando os operadores a desligar a tecnologia para resfriamento. Contudo, isso parece estar prestes a mudar.
A equipe de cientistas, liderada por Yuan Shengfu, projetou um sistema de resfriamento que utiliza gases para expulsar o excesso de calor, ao mesmo tempo em que otimiza o fluxo do laser para tiros de precisão. Yuan destacou que “feixes de alta qualidade podem ser produzidos não apenas no primeiro segundo, mas também mantidos indefinidamente.”
Como funcionam as armas laser?
Por trás da impressionante capacidade de uma arma laser, existe uma ciência fascinante. Os lasers funcionam estimulando emissões, no qual átomos ou moléculas em um meio – seja ele cristal ou gás – são excitados para um estado de energia mais alto. Quando retornam ao estado fundamental, liberam fótons que são amplificados, culminando em um feixe de laser de alta potência.
A grande inovação da equipe de Yuan foi desenvolver um condicionador de trajetória de feixe interno. Este sistema aproveita o gás para eliminar o calor residual, preservando um ambiente gasoso imaculado dentro da arma. O novo sistema de resfriamento é composto por várias partes, incluindo um sistema de controle de fluxo de gás, fonte de ar, trocador de calor e um sistema de injeção e sucção.
Yuan e sua equipe relembraram a jornada das armas laser desde a invenção do primeiro laser de rubi em 1960. Desde então, houve um entusiasmo global em transitar da energia cinética para a energia laser, sonhando com a possibilidade de raios laser agindo como “raios da morte” capazes de neutralizar alvos instantaneamente.
Durante anos, os EUA estiveram na vanguarda das inovações em armas laser. Exemplos notáveis incluem o NACL, MIRACL e THEL. No entanto, o tamanho e o peso dessas armas as tornaram úteis apenas para grandes veículos militares, como barcos e tanques. O recente avanço chinês pode, entretanto, redefinir o cenário, dando à China uma vantagem tecnológica.
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