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ALERTA: O tempo excessivo em celulares pode alterar o desenvolvimento das crianças

O tempo excessivo de crianças em celulares é um assunto de extrema importância que é discutido já há alguns anos entres os pediatras, psicólogos e outros profissionais que defendem mais cuidado e moderação com os meios eletrônicos na infância. Nos últimos tempos, uma avalanche de evidências científicas sobre as repercussões negativas desse estilo de vida cresceu e além disso a preocupação com o uso cada vez mais precoce e intenso de computadores, smartphones e tablets.

Vale ressaltar, que a Covid-19 ligada diretamente com o isolamento social contribuiu para que os limites de tempo na frente das telinhas e telonas caíssem por terra. “Desde a entrada da internet discada no Brasil, estamos acompanhando a evolução do uso da tecnologia pelas pessoas. E o que esperávamos ver daqui a cinco ou dez anos aconteceu da noite para o dia”, aponta Andrea Jotta, pesquisadora do Laboratório de Psicologia em Tecnologia, Informação e Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Confira os meios e recursos mais utilizados que fazem as crianças extrapolarem limites saudáveis:

  • Celular e tablet: não são brinquedos nem deveriam ser dados de presente aos pequenos. O acesso exige regras e controle do conteúdo.
  • Televisão: parece ser hoje o menor dos males e tem menos potencial viciante, desde que seja assistida de forma adequada e supervisionada.
  • Videogame: os jogos são os mais associados à dependência eletrônica, perda do sono, estresse e agressividade estão entre as consequências.
  • Redes sociais: a promessa era aproximar as pessoas, só que o abuso isola, aumenta o risco de ansiedade e depressão e a exposição ao bullying.

impactos no desenvolvimento físico, mental e intelectual

  • Sedentarismo: trocar as atividades físicas e ao ar livre por horas e horas de TV, celular ou computador leva ao comportamento sedentário e, por tabela, ao ganho de peso.
  • Cognição: o bombardeio tecnológico pode respingar na forma de problemas de atenção, concentração, memória, aprendizado e, na esteira disso tudo, abalos no desempenho escolar.
  • Emoções: a liberação desordenada de hormônios e neurotransmissores é capaz de gerar quadros de ansiedade, irritabilidade, depressão e dependência. É muita coisa pra cabeça!
  • Solidão: a comunicação virtual não substitui a interação pessoal. Assim, indivíduos superconectados podem viver isolados da família e de amigos e reféns de problemas psíquicos.
  • Sono: as telas atrasam o horário de ir para a cama e encurtam a duração do descanso. Além disso, a exposição à luz artificial atrapalha a liberação do hormônio do sono.

Especialistas apontam limite de tempo ideal para crianças

Segundo informações divulgadas pela BBC News quase 90% das crianças e adolescentes brasileiros estão conectados à internet. Desses, 95% usam o celular como principal dispositivo para acessar aplicativos e sites. Com isso, os especialistas voltam sua atenção para o uso excessivo dessa ferramenta para crianças e dizem ele que pode atrapalhar no desenvolvimento dos pequenos.

De acordo com os especialistas, o limite de tempo para crianças estarem em contato com esses aparelhos são determinados pela faixa etária, sempre com supervisão:

  • Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames
  • 2 aos 5 anos: até uma hora por dia
  • 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia
  • 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia

Eles também recomendam atividades físicas, interações pessoais presenciais e jogos adequados para a idade da criança.

Problemas de aprendizagem nas crianças

Através de trabalhos científicos apresentados por Desmurget, pode-se constatar que crianças muito expostas às telas encaram mais problemas de aprendizagem, ficam com níveis mais altos de cortisol, o hormônio do estresse, que desregula o sono e o apetite e se tornam mais suscetíveis ao vício.

A psiquiatra Shimi Kang, professora da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, conta que há 20 anos se dedica a investigar o elo entre saúde, felicidade e motivação entre as crianças. Mas, na última década, teve de adicionar um quarto elemento que influencia a formação dos jovens: a vida entre telas.

No livro Tecnologia na Infância ela afirma que a geração Z, os nascidos do final dos anos 1990 a 2010, está menos confiante, menos propensa a assumir riscos e mais vulnerável à depressão e ao suicídio. E tudo isso está correlacionado com a expansão dos smartphones. “Meu diagnóstico é urgente: estamos criando uma geração à beira da mais grave crise de saúde mental registrada na história”, afirma.

Principais problemas médicos e alertas de saúde

De acordo com o Manual de Orientação – Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021) #MENOS TELAS #MAIS SAÚDE, pesquisas médicas e evidências científicas vão se acumulando e sendo atualizadas, não só sobre benefícios quanto à aceleração das informações e notícias em quase tempo real, mas também, sobre os prejuízos à saúde, quando ocorre o uso precoce, excessivo e prolongado das tecnologias durante a infância e os efeitos em longo prazo.

Cada vez mais, são importantes as ações de alfabetização midiática e mediação parental, além das recomendações da implementação do trabalho intersetorial e interdisciplinar das TICs, as ações e intervenções públicas e campanhas direcionadas aos pais e famílias, escolas e universidades, empresas de midias e tecnologias e também aos pediatras, com foco no aprofundamento e sobre a verdadeira intenção dos conteúdos transmitidos às crianças e adolescentes, para todos aprenderem sobre o uso mais ético, seguro, saudável e educativo da Internet.

Veja os principais Problemas Médicos e Alertas de Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria:

  • Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas
  • Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão
  • Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade
  • Transtornos do sono
  • Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia
  • Sedentarismo e falta da prática de exercícios
  • Bullying & cyberbullying
  • Transtornos da imagem corporal e da auto-estima
  • Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual39
  • Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio
  • Aumento da violência, abusos e fatalidades
  • Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador
  • Problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído
  • Transtornos posturais e músculo-esqueléticos
  • Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas


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