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OMS em Alerta: novo surto de pneumonia em crianças preocupa especialistas

A Organização Mundial da Saúde (OMS), está atenta após o recente aumento de doenças respiratórias entre crianças no norte da China. Com isso, na última quarta-feira (22) a OMS solicitou que a China forneça informações sobre o aumento nos casos de doenças respiratórias e de agrupamentos de casos de pneumonia entre crianças. “Desde meados de outubro, o norte da China relatou um aumento de doenças semelhantes à gripe em comparação com o mesmo período dos 3 anos anteriores”, afirmou a organização.

De acordo com informações divulgadas pela OMS, as autoridades da Comissão Nacional de Saúde da China relataram, em 13 de novembro, um aumento na incidência de doenças respiratórias no país. E ainda atribuíram o aumento dos casos de doenças respiratórias ao fim das restrições impostas para conter a covid-19 e à circulação de agentes patogênicos conhecidos.

A OMS orientou que a população da China tome medidas para reduzir a transmissão de agentes infecciosos respiratórios como usar máscaras, lavar as mãos e tomar vacinas. Outros países, como o próprio Brasil, também registaram crescimentos semelhantes assim que as políticas para conter a pandemia de covid-19 foram encerradas.

Vírus respiratórios chamam atenção da OMS

O Pediatra e Infectologista pediátrico; e Vice presidente do Departamento de infectologia da Sociedade de Pediatria de SP, Marcelo Otsuka, destacou ao N10 que os vírus respiratórios desde sempre foram motivo de preocupação. Voltando alguns anos, podemos destacar a gripe aviária, transmitida pelo vírus da influenza, sendo necessário o sacrifico de inúmeras aves, evitar que fossem transmitidos para humanos. Lembrar e destacar o ano de 2002, onde a SARS-Cov esteve presente com mais de oito mil casos e mais de dois mil óbitos na China. Em 2012 a MERS considerada também um Coronavirus, que acometeu a cerca de duas mil pessoas, gerando mais de oitocentos óbitos.

Ou seja, os vírus respiratórios sempre serão uma preocupação para os médicos, principalmente nesse pós pandemia onde os vírus estão se espalhando com extrema facilidade e apresentando um agravamento significativo, principalmente nas crianças.

De acordo com Otsuka, o mundo precisa se organizar melhor para que haja um diagnóstico adequado desses vírus respiratórios e zoonóticos, que vem de outros animais, com elevadas chances de disseminação. “O estudo da influenza tem sido bem feito, nós temos controlado a chance desses vírus zoonóticos provenientes de animais relativos ao influenza. Porém, esse mesmo raciocínio precisa servir para o coronavírus e precisa existir um controle em relação a isso. Sendo de comercialização de animais, quer seja de métodos de higiene mais adequados ou cuidar dos animais de uma maneira melhor. Tudo isso sempre deverá ser buscado e a proposta da OMS é que exista esse controle no mundo para que a chance desses vírus diminua”, afirmou.

O Vice presidente do Departamento de infectologia da Sociedade de Pediatria, apontou ao N10 notícias que atualmente nesse “pós pandemia”, já que o Covid-19 ainda é um poderoso agente causal de mortalidade. “Nós tivemos o aumento de casos, com ênfase nas crianças, de vírus respiratórios. Isso se deve em grande parte ao débito imune que aconteceu durante a pandemia, pela falta de contato com esses agentes nesse período, principalmente nas crianças que se isolaram das escolas, além da cobertura vacinal incompleta entre outras situações”, revelou.

Ao falar especificamente da China, Marcelo Otsuka, ressaltou que o país saiu do bloqueio muito mais tardiamente em relação as outras localidades. “A China pode estar vivenciando isso e talvez essas pneumonias possam ser decorrentes do aumento desses outros agentes que tradicionalmente acometem principalmente crianças. Quando pensamos em um agente novo, nós imaginamos que não existe uma resposta imune do organismo, com isso, nós esperaríamos também indivíduos adultos, idosos adolescentes sendo acometidos e não só crianças. Então, há princípio, sem ser uma regra, sugere-se sem certeza que provavelmente sejam vírus já conhecidos nossos”, pontuou.

Para finalizar, Otsuka afirmou ao portal que faz parte da função da OMS mapear e investigar adequadamente esses casos, para que se tenha um controle caso haja novos vírus. Além de ressaltar que nós precisamos que a China tenha uma notificação mais elaborada para que possamos controlar de maneira correta evitando futuros surtos e agravos como tivemos recentemente com a pandemia.


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