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Aprovado pela Anvisa, medicamento pode revolucionar a vida de quem tem diabetes

Nesta segunda-feira (25) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, como um novo tratamento contra o diabetes tipo 2. O remédio, cujo princípio ativo é a tirzepatida, já está liberado nos Estados Unidos e na Europa e tem uma atuação relativamente parecida ao do Ozempic, do laboratório Novo Nordisk.

O medicamento apresentou durante os estudos resultados superiores de controle da glicemia (o açúcar no sangue) e redução de peso quando comparado ao Ozempic. Assim como seu “primo-irmão”, a nova droga que chega ao país também é aplicada por meio de injeções semanais. A princípio, a tirzepatida está indicada apenas para tratar diabetes. Mas ela também passa por estudos que a avaliam como uma possível terapia contra obesidade, apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

O diretor sênior da área médica da Eli Lilly Brasil, Luiz Magno, afirma que o Mounjaro inaugura uma nova classe farmacêutica e traz resultados “sem precedentes”. “Ele é a primeira molécula que usa um novo mecanismo de ação e atua sobre dois hormônios excretados durante a digestão dos alimentos”, resume ele. Além disso, o novo remédio ativa receptores das células relacionados a dois hormônios que atuam no sistema digestivo. O GIP (sigla para polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon).

Os receptores que são ativados mexem com uma série de processos do organismo. O primeiro deles envolve a liberação de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que é responsável por retirar da circulação sanguínea o açúcar obtido dos alimentos e botá-lo dentro das células. Onde será usado como fonte de energia. Os dados mostram que, entre os voluntários que tomaram a versão de 15 mg do Mounjaro, 51% deles conseguiram atingir uma hemoglobina glicada. (HbA1c) inferior a 5,7%. Essa mesma meta foi atingida por 20% dos participantes que usaram o Ozempic.

“Trata-se de uma medicação para o paciente diabético, que tem um quadro extremamente complexo. O novo medicamento permite uma redução fantástica da hemoglobina glicada, algo nunca antes visto“, pontua Magno. “O Mounjaro é um medicamento prescrito, que precisa de acompanhamento médico”, complementa o representante da Eli Lilly. “Ambas as medicações (Ozempic e Mounjaro) também foram ou são estudadas para o tratamento da obesidade, e há uma robustez científica de eficácia e segurança nesse contexto”, destaca ele.

Efeitos colaterais

Após ser questionado sobre os possíveis eventos adversos da nova medicação, Magno diz que o perfil de segurança é similar ao observado em outros fármacos já disponíveis. Diante dos estudos clínicos, esses efeitos colaterais foram considerados “leves e moderados”. “Os sintomas afetam principalmente o sistema gastrointestinal, como náuseas, vômitos e diarreia”, afirma o diretor médico da Eli Lilly.

Eles costumam ocorrer principalmente na fase inicial do tratamento, por isso também é importante fazer o acompanhamento médico e o aumento progressivo da dosagem”, complementa ele. Além disso, Miranda mostra-se preocupado com o acesso ao Mounjaro. “A medicação só é eficaz se usada no paciente certo, para o qual a substância foi estudada”, afirma ele.

“E esses novos medicamentos têm um custo muito elevado. Com isso, infelizmente, a maior parte das pessoas que se beneficiariam deles não conseguirão acesso.” Atualmente, o valor do tratamento com a semaglutida fica na faixa dos R$ 700,00 aos R$ 1 mil por mês.

Confira a diferença entre Ozempic x Mounjaro

As injeções Ozempic e Wegovy (semaglutida) simulam apenas o GLP-1, enquanto o Mounjaro (tirzepatida) imita os dois hormônios. Pesquisadores apostam na eficácia da tirzepatida e que seu potencial em reduzir os níveis de glicose no sangue e induzir a perda de peso é que os dois hormônios que ela imita trabalham de modo sinérgico.

Como a semaglutida, a tirzepatida retarda o esvaziamento do estômago, levando as pessoas a se sentirem saciadas por mais tempo. A tirzepatida também inibe os sinais de fome emitidos pelo cérebro, suprimindo o apetite. Estudos clínicos mostraram que a tirzepatida apresentou resultados sem precedentes na redução da taxa de açúcar no sangue e maior perda de peso nos pacientes com diabetes tipo 2.


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