Economia

Presidente do BC defende acabar com rotativo do cartão de crédito

O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, informou que acabar com o rotativo do cartão de crédito pode ser a solução para os juros altos e para a inadimplência da modalidade, é uma posição consolidada dentro do governo.

A decisão de acabar com o rotativo já foi acertada pelo governo, mas avalia que apenas essa medida não é suficiente para resolver o juro alto da modalidade. Atualmente chegam até a 440% ao ano os juros desse tipo de crédito, a maior taxa do mercado financeiro.

Os bancos nos dias de hoje, são obrigados a negociar a dívida quando um cliente passa 30 dias no rotativo. Os juros nessa modalidade giram em torno de 15% ao mês, de acordo com integrantes do governo. O que é praticamente o mesmo do rotativo. Por isso, é preciso endereçar uma saída também para esse parcelado.

De acordo com o governo, como o Congresso já tomou a frente dessa discussão, a saída será dentro de um projeto de lei em tramitação na Câmara. Esse projeto trata do Desenrola e também irá tratar do cartão de crédito.

Acabar com o rotativo foi uma decisão que amadureceu aos poucos através de discussões com bancos desde janeiro, em um grupo do qual fazem parte o Ministério da Fazenda, o BC e os bancos. Integrantes do governo afirmam que as instituições financeiras insistiam em medidas com o fim do parcelado sem juros, o que não era aceito pelo Executivo.

Rotativo do cartão de crédito

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou ser preciso trabalhar por uma “solução construtiva” que “pode incluir o fim do crédito rotativo”. Após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto dizer em sessão no Senado que o possível fim do crédito rotativo ajudaria a reduzir a inadimplência do cartão de crédito.

“A Febraban entende ser necessária a diluição dos riscos entre os elos da cadeia. Hoje concentrados nos bancos emissores que suportam todo o já elevado custo da inadimplência”, falou a federação em nota. “Defendemos que deve ser mantido o cartão de crédito como relevante instrumento para o consumo. Da mesma forma, deve haver o reequilíbrio da grande distorção que só o Brasil tem. Com 75% das compras feitas com parcelado sem juros”, declarou a federação em nota.

A Febraban pontuou que conversa com o Ministério da Fazenda, com o BC e com representantes do varejo. As discussões, conforme a federação “estão evoluindo, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto”.

Confira na íntegra a nota da Febraban:

“A Febraban entende ser necessária a diluição dos riscos entre os elos da cadeia, hoje concentrados nos bancos emissores que suportam todo o já elevado custo da inadimplência. Defendemos que deve ser mantido o cartão de crédito como relevante instrumento para o consumo. Da mesma forma, deve haver o reequilíbrio da grande distorção que só o Brasil tem, com 75% das compras feitas com parcelado sem juros”.

“Com base nessas premissas, a Febraban busca uma solução construtiva que passe por uma transição sem rupturas, que pode incluir o fim do crédito rotativo e um redesenho das compras parceladas no cartão”.

“As discussões da Febraban, junto ao Ministério da Fazenda, ao Banco Central e Varejo, estão em curso, ainda não há prazo para serem concluídas, mas estão evoluindo, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto.”


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