Natal, capital do Rio Grande do Norte, registrou a maior variação no preço dos itens da cesta básica entre janeiro e maio de 2024, segundo dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta quinta-feira (6). O custo dos alimentos básicos na cidade aumentou 15,11%, alcançando o valor de R$ 640,10.
Em maio, houve um aumento de 1,24% no valor da cesta básica em relação ao mês anterior (abril). Comparando-se às seis capitais nordestinas pesquisadas, Natal só possui custo mais baixo que Fortaleza, onde a cesta básica custa R$ 709,90.
O preço da cesta básica em Natal representa 49,01% do salário mínimo líquido do Brasil, exigindo que um trabalhador dedique 99 horas e 4 minutos de seu tempo de trabalho mensal para custear os alimentos básicos.
Arroz e enchentes impactam custo da cesta básica
Um dos principais responsáveis pelo aumento da cesta básica foi o arroz. Entre abril e maio, o preço médio do arroz subiu em 15 capitais, com variações de 1,05% em Recife a 16,73% em Vitória. As enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, diminuíram a oferta, causando alta nos preços, apesar das importações do grão. Em Natal e Goiânia, porém, o preço do arroz não sofreu aumento.
São Paulo tem a cesta mais cara do país
A capital paulista manteve o título de cesta básica mais cara do Brasil em maio, com valor médio de R$ 826,85. Em Porto Alegre, o custo foi de R$ 801,45, seguido de Florianópolis com R$ 801,03. Nas capitais do Norte e Nordeste, Aracaju registrou o menor valor com R$ 579,55, seguido por Recife (R$ 618,47) e João Pessoa (R$ 620,67).
Na comparação anual entre maio de 2023 e maio de 2024, todas as capitais pesquisadas pelo Dieese apresentaram aumento no preço da cesta básica, exceto Goiânia, onde houve uma leve queda de -0,05%. Natal também teve a segunda maior variação nos últimos 12 meses, com alta de 6,30%, ficando atrás apenas de João Pessoa, que teve aumento de 6,84%.
Estimativa do salário mínimo
Com base no custo da cesta básica mais cara, que foi registrada em São Paulo, e considerando as necessidades estabelecidas pela Constituição, o Dieese estimou que o salário mínimo deveria ser de R$ 6.946,37, o que representa 4,92 vezes o valor do atual mínimo de R$ 1.412,00.
Impacto das chuvas em Porto Alegre
A pesquisa de preços da cesta básica em Porto Alegre enfrentou dificuldades devido às chuvas de maio. A equipe do Dieese conseguiu visitar a maioria dos supermercados, mas 27% das padarias e açougues não foram analisados devido às condições climáticas. Segundo o Dieese, apesar das dificuldades logísticas e de distribuição, não houve desabastecimento na cidade. “Algumas marcas ficaram ausentes por problemas logísticos, mas a situação deve se normalizar gradualmente”, informou o Dieese.
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