Ciência

James Webb descobre objetos que se escondem misteriosamente em Orion

Em uma descoberta que desafia nossa compreensão atual da formação de planetas, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelou um fenômeno nunca antes observado no coração formador de estrelas da Nebulosa de Orion.

Dentro do aglomerado Trapezium, os cientistas identificaram dezenas de objetos semelhantes a planetas, cada um com uma massa aproximada à de Júpiter. Curiosamente, em vez de orbitarem estrelas, como tradicionalmente esperaríamos, esses objetos vagam pela galáxia em pares, ligados gravitacionalmente. Os astrônomos Samuel Pearson e Mark McCaughrean da Agência Espacial Europeia nomearam esses objetos intrigantes de Objetos Binários de Massa de Júpiter ou, em inglês, “JuMBOs”.

O que torna os JuMBOs particularmente enigmáticos é que não existe um mecanismo conhecido que possa levar à formação de tais massas binárias. Estamos descobrindo cada vez mais mundos alienígenas na Via Láctea, e com cada nova descoberta, fica claro que nosso entendimento sobre a origem dos planetas ainda é incompleto. Assim, esses JuMBOs representam um desafio significativo para os modelos atuais de formação de estrelas e planetas.

Desafiando as teorias estabelecidas

Historicamente, sabemos que estrelas formam-se quando uma porção de material em uma nuvem molecular colapsa sob a influência da gravidade. No entanto, para objetos com uma massa menor do que essa da nebulosa de Orion, detectá-los é um desafio considerável. A potência do JWST em detectar luz infravermelha trouxe uma nova perspectiva sobre Orion, permitindo aos pesquisadores identificar esses pequenos objetos. Mas a descoberta de Pearson e McCaughrean desafiou as expectativas.

Um dos problemas mais intrigantes com os JuMBOs é a sua natureza binária. Como duas massas planetárias podem permanecer ligadas gravitacionalmente após serem ejetadas de seus sistemas? Embora seja possível que planetas solitários possam se encontrar e se ligar gravitacionalmente, encontrar 42 desses pares sugere que algo fundamental está faltando em nossa compreensão.

O coração de Orion, visto através do canal NIRCam de longo comprimento de onda do JWST. ( NASA, ESA, CSA/M. McCaughrean, S. Pearson )

O estudo propõe várias teorias, incluindo a possibilidade de que esses pares de planetas sejam o resultado da fragmentação de um disco sem estrela. No entanto, a verdadeira natureza e origem dos JuMBOs permanecem um mistério.

Embora esta descoberta desafie as teorias estabelecidas, ela também abre novas portas para a pesquisa e compreensão dos processos cósmicos. À medida que continuamos a explorar o universo com ferramentas mais avançadas, como o JWST, é provável que mais surpresas estejam à nossa espera. E, como sempre, cada nova descoberta nos aproxima um pouco mais de desvendar os mistérios do nosso vasto e incrível universo.

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Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para romario@oportaln10.com.br.

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