O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) estuda a possibilidade de criar uma prova nacional que unifique os concursos públicos para o governo federal.
A prova teria um modelo de aplicação inspirado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo levada a localidades remotas do país e tendo um custo mais acessível, disse a titular da pasta, Esther Dweck, em entrevista à colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo.
O Enem como modelo para concursos
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem sido, há anos, um exemplo de democratização do acesso ao ensino superior. Com sua ampla cobertura nacional, ele permite que estudantes de localidades remotas tenham a chance de ingressar nas universidades. Inspirado nesse formato, o MGI estuda a criação de um concurso público com características semelhantes. O objetivo é levar o acesso a vagas federais para mais pontos do país, com um custo mais acessível.
Detalhes da proposta
O plano provisório sugere que o exame seja realizado em cerca de 180 cidades, com uma concentração maior nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste. Essa distribuição foi determinada com base em um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Além disso, a proposta aborda questões de conhecimentos gerais e específicos, conforme a área de interesse do candidato.
Dweck enfatizou que essa ideia tem como objetivo a democratização do acesso à carreira pública. Ela também mencionou o fortalecimento do setor, já que o governo federal anunciou a abertura de mais de 8.146 novas vagas para 2023.
A consultoria e os próximos passos
O Ipea não foi o único órgão a ser consultado sobre a viabilidade desse projeto inovador. Instituições como o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e a AGU (Advocacia-Geral da União) também tiveram voz no assunto. Nesta sexta-feira (25), o projeto será apresentado a outros setores do governo Lula, incluindo autarquias, institutos de pesquisa e agências reguladoras. Segundo a ministra Dweck, “Ainda é um dia de escuta“.
A atual situação dos concursos no governo Lula
Recentemente, em julho, o governo anunciou 2.480 vagas adicionais. Até o momento, 18 órgãos federais têm processos seletivos em andamento ou estão se organizando para realizá-los.
Quando olhamos para os números, observamos que, excluindo novas nomeações de concursos já realizados, há 8.360 vagas abertas para 2023. Contudo, considerando todas as novas vagas e nomeações, esse número salta para 9.945. Esse aumento representa um investimento do governo de R$ 1,69 bilhão. Vale ressaltar que este montante não considera as vagas para ampliação de professores e técnicos (5 mil) e o processo seletivo simplificado para temporários (8.141). Incluindo estes, temos um total de 23.086 vagas previstas para este ano.
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