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Exploração de petróleo na Amazônia: Lula pode contrariar Marina Silva

Após fala de Lula no G7, Marina afirma que destruir um “presente de Deus” é uma “ingratidão com o criador” em relação à exploração de petróleo na Amazônia. A declaração ocorreu durante evento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Ao que parece, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma opinião sobre a exploração de petróleo na Amazônia que pode contrariar a ministra do meio ambiente Marina Silva.

Isso porque no último domingo (21), o presidente tomou partido em favor da ala de desenvolvimento do governo, autorizando a Petrobras a explorar o petróleo no Rio Amazonas.

Acho difícil ter o problema em explorar petróleo a 500 km da Amazônia”, afirmou Lula em uma coletiva de imprensa no Japão.

Contudo, o presidente também afirmou que, caso sejam identificados riscos reais com a exploração da Amazônia, haverá veto na operação. 

Se extrair petróleo na Foz do Amazonas em alto mar tiver problema, certamente não será explorado“, continuou.

Em contrapartida, o Ibama teria se manifestado de forma contrária em relação à proposta de exploração da Amazônia da Petrobras

No entanto, durante a coletiva de imprensa, o presidente Lula voltou a afirmar, que a Amazônia não deve ser transformada em um santuário.

Quem mora na Amazônia tem direito a ter os bens materiais que todo mundo tem“, concluiu Lula. 

Exploração de petróleo na Amazônia: porque o Ibama proibiu? 

Na última quarta-feira (18), o Ibama não licenciou a Petrobras para iniciar a perfuração do primeiro poço para a exploração de petróleo. Inclusive, fica em uma localidade de 175 Km da Costa do Amapá e a mais de 500 km de distância da Foz do Rio Amazonas. 

Considerando o valor de R$ 3 milhões diariamente, além dos aparelhos e da sonda que a empresa instalou na região no final de outubro, tudo indica que as despesas da Petrobras com o projeto já passaram da marca de 500 milhões de reais. 

Contudo, no domingo a Petrobras afirmou que exercerá seus direitos, apresentando uma nova solicitação para o Ibama reconsiderar até o dia 24. Conforme a estatal, a meta seria:

Demonstrar o atendimento de todas as exigências reiteradamente apresentadas pelo órgão licenciador federal no curso do processo de licenciamento.”

A Petrobras ainda informa que pretende manter a sonda e toda a estrutura na Foz do Amazonas como foi o ministro de Minas e Energia solicitou até o dia 29 deste mês. Após essa data, caso não haja uma definição do Ibama em relação à exploração do petróleo, a empresa afirmou que desmobilizará as estruturas. 

Marina Silva sobre a exploração

De acordo com informações da base do presidente, os assuntos do governo que dizem respeito à Marina Silva, Lula resolve diretamente com a ministra. Isso porque existe uma relação sensível entre o presidente e a ambientalista. Aliás, Lula e Marina voltaram a se encontrar na campanha eleitoral, após mais de uma década separados. 

Contudo, Marina evitou ultimamente comentar sobre o tema para que não haja acusações de interferência no órgão de fiscalização ambiental. No entanto, há dois meses em uma entrevista ela afirmou:

Estou olhando para esse desafio do petróleo na Foz do Amazonas do mesmo jeito que olhei para Belo Monte.”


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