PF aceita delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) aceitou firmar um acordo de delação premiada com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid. Logo após a aceitação da delação, a corporação comunica o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que precisam homologar e elaborar os termos, segundo fontes ligadas ao caso ouvidas através do Correio.

Na avaliação feita pelos investigadores, Mauro Cid forneceu informações suficientes, e indicou provas que sustentam as declarações que foram feitas durante duas semanas de depoimento. Os investigadores passaram os últimos dias avaliando as oitivas do militar, os elementos apontados e novas linhas de investigação que poderiam ser abertas no caso envolvendo a venda de jóias sauditas no exterior.

Além disso, uma das novidades em relação ao caso é a suspeita de negociação envolvendo imóveis por parte da família Bolsonaro nos Estados Unidos, entre 2022 e o começo deste ano. As investigações em curso no Brasil mostram que parte das pedras preciosas sauditas doadas ao governo brasileiro foram objetos de uma operação para tentar burlar o fisco. A tentativa seria de incorporar ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e demais envolvidos.

Foram apreendidos no Aeroporto de Guarulhos os objetos preciosos, repassados pelo governo da Arábia Saudita. Além disso, a investigação envolve outros itens de elevado valor que deviam estar no acervo do Planalto. Segundo a legislação, os presentes deveriam ser incorporados no acervo da União. Pois entregues em agenda internacional são de propriedade da República e não de uso pessoal. Um dos materiais, um relógio Rolex, de elevado padrão, foi vendido nos Estados Unidos, durante viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A PF ainda pode identificar que o relógio foi comprado posteriormente, quando os acusados temeram que o TCU determinasse a devolução dos presentes, para que fossem guardados pela União. Um recibo que comprova a negociação de venda e compra foi encontrado e colabora com as provas que apontam a existência do esquema. Mauro Cid é um dos suspeitos de envolvimento no caso.

Defesa de Mauro Cid pede liberdade provisória

A defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, afirmou que pediu a liberdade provisória dele ao ministro Alexandre de Moraes. O pedido aconteceu logo após a apresentação de proposta de delação à Polícia Federal, que ainda depende de homologação do STF.

Mauro Cid e seu advogado foram ao Supremo na última quarta-feira (6) e tiveram uma reunião com o juiz do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O Ministério Público Federal (MPF) também precisa ser ouvido sobre quais as condições para o acordo ser firmado. A defesa ainda afirmou que o pedido ainda está sendo analisado por Moraes, a quem cabe decidir se mantém Mauro Cid preso ou se concede ao militar a liberdade provisória (até o julgamento).

Segundo os investigadores Mauro Cid é suspeito de:

  • Participar da tentativa de trazer de maneira irregular para o Brasil joias recebidas pelo governo Bolsonaro como presente da Arábia Saudita
  • Tentar vender ilegalmente presentes dados ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras em viagens oficiais
  • Participar de uma suposta fraude de carteiras de vacinação de Bolsonaro e da filha de 12 anos do ex-presidente
  • Envolvimento nas tratativas sobre possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para desacreditar o sistema judiciário brasileiro
  • Envolvimento em tratativas sobre um possível golpe de estado

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