No Rio Grande do Norte, policiais civis deram início a uma paralisação completa das atividades nesta terça-feira, dia 23. A decisão veio após uma assembleia realizada na noite de segunda-feira, dia 22, que seguiu sem um acordo satisfatório nas negociações com o governo estadual.
De acordo com Nilton Arruda, presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança do RN (Sinpol), a greve geral implica que “não funcionarão as delegacias nem os serviços de plantão“. Ele esclarece que “nada vai funcionar. Boletins de ocorrência online, que necessitam de homologação policial, também estarão suspensos. É serviço zero“, enfatizou Arruda.
A legalidade da greve, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), é questionável, pois decidiu em 2017 que o direito de greve para a Polícia Civil ou quaisquer profissionais de carreira policial é inconstitucional.
Até o momento, a Delegacia Geral de Polícia Civil não se manifestou sobre os impactos da paralisação. Questões como a lista de serviços afetados, orientações para a população necessitada desses serviços, e os procedimentos para flagrantes e atendimentos em locais de crimes graves permanecem sem respostas.
Negociações fracassadas com o governo são a causa dessa paralisação por parte dos policiais, segundo o Sinpol. A assembleia veio após uma proposta de reajuste salarial considerada insatisfatória pela governadora Fátima Bezerra, que foi descrita por Arruda como uma avaliação de que os policiais são “medíocres”.
“As propostas são medíocres, não reconhecem e nem valorizam todo o trabalho que essa categoria tem feito pela segurança pública“, disse Arruda.
A última negociação, que ocorreu na tarde de segunda-feira, foi em resposta a uma proposta de aumento salarial de 10%, previamente aprovada pela categoria. “No entanto, o Governo veio com nova proposta de apenas 5,3%, mais uma vez retrocedendo e desrespeitando os Policiais Civis. Dessa forma, a categoria chegou ao limite e decidiu adotar uma atitude mais dura de luta”, destaca o presidente do SINPOL-RN.
Algumas delegacias, tanto em bairros quanto em cidades do interior, já se encontravam fechadas nos dias antecedentes devido a manifestações dos policiais. Com a oficialização da paralisação, todos os serviços policiais civis estão suspensos, conforme informado pelo Sinpol.
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