Milei critica abstenção do Brasil na OEA e agradece apoio diplomático na Venezuela

O presidente da Argentina, Javier Milei, manifestou duras críticas à abstenção de Brasil e Colômbia, assim como à ausência do México, na votação da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a resolução que instaria o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) a divulgar as atas de votação das eleições de 28 de julho. Milei expressou sua indignação por meio das redes sociais, respondendo a uma postagem que exibia as fotos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador.

“Alguns imbecis me acusaram de louco por ver comunismo em todos os lados. Outros, a partir da correção política, diziam que o comunismo já não existe mais e que eu sou um exagerado“, escreveu Milei em sua conta oficial no Twitter, enfatizando que a atual situação confirma suas preocupações e criticando severamente aqueles que o questionavam.

A votação na OEA, realizada em Washington, resultou em 17 votos a favor, nenhum contra, 11 abstenções e cinco ausências, não alcançando a maioria absoluta necessária para aprovar a resolução. A ausência de consenso impediu a aprovação da medida que visava maior transparência no processo eleitoral venezuelano.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reeleito com mais de 50% dos votos para o período 2025-2031, criticou a interferência estrangeira promovida pela OEA. Em uma coletiva de imprensa, Maduro questionou a postura da organização e mencionou o suposto “fraude descarado” nas eleições mexicanas de 2006, questionando a falta de intervenção da OEA naquela ocasião.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, também se pronunciou esta semana, classificando a postura da OEA como “intervencionista”. “O que tem a OEA que se meter? Isso é intervencionismo, por isso a OEA não tem credibilidade”, afirmou López Obrador.

Além das críticas, Javier Milei expressou gratidão ao Brasil pela disposição em assumir a custódia da embaixada argentina na Venezuela e pela representação dos interesses argentinos e de seus cidadãos no país. Segundo Milei, o corpo diplomático argentino teve que abandonar a Venezuela como represália pela condenação ao que chamou de “fraude” nas recentes eleições venezuelanas. O presidente argentino demonstrou confiança na reabertura da embaixada em uma “Venezuela livre e democrática” e ressaltou os fortes laços de amizade entre Argentina e Brasil.