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Lula critica greve prolongada dos professores federais

A greve dos professores e servidores começou em 15 de abril e atinge cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais de ensino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua insatisfação com a continuidade da greve dos professores e técnicos das universidades e institutos federais durante uma reunião nesta segunda-feira (10). Segundo Lula, os recursos negociados com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para ajustar os salários dos docentes e servidores são “irrecusáveis”.

O montante de recurso que a companheira Esther Dweck [ministra do MGI] colocou à disposição é o montante de recursos não recusável. Eu só quero que leve isso em conta porque se não nós vamos falar em universidades, institutos federais e os alunos estão à espera de voltar à sala de aula“, disse Lula em um encontro com reitores de universidades e institutos federais no Palácio do Planalto.

Na reunião, o presidente anunciou a destinação de R$ 5,5 bilhões do Ministério da Educação (MEC) para obras e custeio do ensino técnico e superior, além da construção de dez novos campi de universidades e oito novos hospitais universitários federais.

Lula enfatizou que uma greve deve ter um prazo para começar e terminar e destacou a necessidade de as lideranças sindicais terem coragem de acabar com a greve. Ele acrescentou: A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição, porque se ela terminar assim, as pessoas ficam desmoralizadas. Então o dirigente sindical tem que ter coragem de propor, ele tem que ter coragem de negociar, mas ele tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o ‘tudo ou nada’ que ele apegou.

O presidente lembrou seu próprio passado como líder sindical e argumentou que a atual greve dos docentes não deveria estar se prolongando: Eu fui dirigente sindical que eu nasci no ‘tudo ou nada’. Muitas vezes, eu fiquei com nada. E não é por 3%, por 2% ou 4% que a gente fica a vida inteira de greve. Vamos ver os outros benefícios, você já tem noção do que foi oferecido? Vocês conhecem o que foi oferecido?.

A greve dos professores e servidores começou em 15 de abril e atinge cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais de ensino, impactando mais de 560 unidades de ensino em 26 estados. Entre as reivindicações está a recomposição dos salários em 4,5% ainda este ano.

Salários defasados

Durante o evento, Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), destacou que os salários dos docentes e técnicos estão “muito defasados”.

Ainda mais quando comparamos com algumas carreiras que tiveram reajustes recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo. Esperamos que esta semana o governo e os sindicatos cheguem a uma solução negociada, pacificando a situação, afirmou.

Elias Monteiro, reitor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), pediu foco na formação de professores e na valorização dos profissionais da educação: Suplicamos ao governo federal que avance nas negociações para o fim da greve. Reconhecemos que é um movimento legítimo e justo, mas que já gera reflexo com o aumento da evasão escolar e prejuízos de cumprimento do calendário acadêmico, disse.

Negociação

No último dia 3 de junho, representantes dos sindicatos Andes-SN, Sinasefe e Fasubra se reuniram com representantes do governo federal. Uma semana antes, a Proifes assinou um acordo com o MGI, o que gerou divisão nas categorias, pois as principais entidades sindicais não aprovaram o acordo. A Justiça Federal de Sergipe anulou o acordo firmado entre o governo federal e a Proifes.

Os servidores técnico-administrativos têm uma nova rodada de negociações prevista para amanhã (11), enquanto a reunião com os professores federais está marcada para sexta-feira (14). O MGI afirmou que as pautas em discussão não serão remuneratórias.

Proposta

Em 15 de maio, o governo apresentou uma proposta final que oferece aumentos de 13,3% a 31% até 2026, com reajustes começando em 2025. As categorias com salários mais baixos receberão maiores aumentos.

Com o reajuste linear de 9% concedido ao funcionalismo federal em 2023, o aumento total ficará entre 23% e 43% em quatro anos. A proposta anterior previa reajuste zero em 2024, 9% em 2025 e 3,5% em 2026.


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Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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