O cenário do entretenimento brasileiro foi abalado recentemente por um caso de violência patrimonial que veio à tona, envolvendo a atriz e cantora Larissa Manoela. Em uma matéria exibida pelo programa Fantástico da Rede Globo no último domingo (13 de agosto), a artista revelou que estaria sendo vítima de exploração financeira por parte de seus pais, uma acusação que gerou uma série de debates e trouxe à luz um tema pouco discutido na mídia.
As alegações de Larissa Manoela
Segundo Larissa, ela estaria sendo explorada nas sociedades que mantém com seus pais e não teria acesso a dinheiro para despesas do dia a dia, como “comer um milho na praia”, dependendo completamente de seus genitores para cobrir suas necessidades financeiras. A situação despertou a preocupação dos fãs e de profissionais do setor jurídico sobre os limites éticos e legais de relações familiares e comerciais.
A defesa dos pais de Larissa, por meio de nota divulgada por seus advogados, negou as alegações de abuso financeiro. De acordo com eles, Larissa teria acesso total a meios financeiros, incluindo cartões de crédito Black e Platinum. A nota afirmou ainda que os pais sempre cuidaram da melhor forma possível do patrimônio da filha e que as acusações da atriz seriam “inverdades”.
O olhar jurídico sobre o caso
A questão levantada por Larissa Manoela é tratada no âmbito jurídico como violência patrimonial, regulada pela Lei nº 11.340/2006. De acordo com a legislação, essa forma de violência se configura pela retenção, subtração ou destruição de objetos, documentos e valores. No caso em questão, a atriz alega que seus pais estariam retendo sua participação financeira nas sociedades em que são sócios.
De acordo com Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em Direito Digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), a análise concreta da situação somente seria possível com acesso a todos os documentos societários e comerciais, algo restrito às partes envolvidas. No entanto, alerta que, em tese, o caso se enquadraria no tipo de violência patrimonial previsto em lei, que pode resultar em pena de detenção de um a dois anos e multa.
O futuro de Larissa Manoela
Larissa, apesar das alegações, mencionou durante a reportagem que não pretende adotar medidas drásticas ou legais contra seus pais e que está disposta a renunciar a seu patrimônio até o momento, avaliado em cerca de 18 milhões de reais, em favor de seus progenitores. A atriz afirma que “confia em sua capacidade e talento” para construir um novo patrimônio no futuro, já tendo uma carreira de sucesso no meio artístico e 80 milhões de seguidores nas redes sociais.
Segundo Francisco Gomes, o caso da artista expõe a complexidade das relações familiares quando envolvem negócios e patrimônio compartilhado. A situação ainda está em andamento.
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