A situação na península coreana, já marcada por décadas de tensões, parece estar se aproximando de um novo e perigoso capítulo. No último domingo (3), a Coreia do Norte declarou que a guerra com a Coreia do Sul é uma “questão de tempo”, exacerbando ainda mais as preocupações internacionais com a possibilidade de um conflito armado na região.
Suspensão do acordo militar e aumento das tensões
Em 22 de novembro, a Coreia do Sul anunciou a suspensão parcial de um acordo militar intercoreano estabelecido em 2018. A decisão de Seúl foi uma resposta ao lançamento de um satélite de reconhecimento pela Coreia do Norte, uma ação que Pyongyang descreve como exercício de um “direito legítimo e justo de um Estado soberano“. Esta suspensão permitiu à Coreia do Sul retomar operações de vigilância e reconhecimento aéreo na zona desmilitarizada, uma medida vista como provocativa por Pyongyang.
Em retaliação, no dia 23 de novembro, a Coreia do Norte retirou-se do acordo, alegando o desdobramento de novas armas ao longo da linha de demarcação militar. Essa escalada de medidas e contra-medidas aumentou significativamente os riscos de um conflito armado entre as duas nações.
Segundo a agência de notícias estatal da Coreia do Norte, a KCNA, a situação na península coreana é agora incontrolável e extremamente perigosa. A Coreia do Norte acusa a Coreia do Sul de provocar uma escalada militar, aumentando a prontidão de suas forças armadas e realizando exercícios militares agressivos, inclusive com a participação de forças dos Estados Unidos. Essas ações são descritas pela KCNA como uma preparação para um “confronto militar” que antecede uma guerra.
Além disso, a Coreia do Norte responsabiliza a Coreia do Sul pela deterioração das relações bilaterais e pela iminente possibilidade de um conflito armado. Pyongyang adverte que qualquer ato hostil por parte de Seul resultará na “destruição miserável” do exército sul-coreano e no “colapso total” da República da Coreia.
Esta escalada de tensões traz sérias implicações para a estabilidade na península coreana e na região mais ampla do Leste Asiático. A possibilidade de um conflito armado entre as duas Coreias, ambas apoiadas por poderes militares significativos, representa um risco não apenas para os países diretamente envolvidos, mas também para a segurança internacional.
