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Possibilidade de recessão nos EUA preocupa mercados e pode afetar o Brasil

Aversão ao risco e temores de recessão nos Estados Unidos levam a quedas nas bolsas globais, influenciam negativamente ações brasileiras e aumentam a expectativa por decisões do Copom e divulgação do IPCA.

A perspectiva de recessão nos Estados Unidos está causando preocupação nos mercados globais, refletindo um mau humor generalizado em um dia com agenda internacional esvaziada, destacando-se apenas o PMI de serviços dos EUA.

No Brasil, o foco está na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. A temporada de balanços corporativos também ganha atenção nesta segunda-feira (5), com o resultado trimestral do Bradesco já divulgado e as próximas divulgações de Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Petrobras, entre outros. Além disso, há especulações sobre a nova presidência da Vale.

Cenário internacional

Na sexta-feira (2), Wall Street encerrou a semana com pessimismo, que se estendeu para esta segunda-feira. A criação de empregos nos EUA em julho foi menor do que o esperado, aumentando os temores de recessão. Isso levou a apostas de que o Federal Reserve (Fed) pode ter que reduzir os juros de forma mais agressiva nos próximos meses.

Na Ásia, as bolsas sofreram quedas generalizadas, com a Bolsa de Tóquio despencando 12,4%. Em contraste, os mercados da China continental e de Hong Kong tiveram perdas menores, impulsionados por dados que mostram uma expansão mais forte no setor de serviços chinês em julho e novos estímulos econômicos anunciados pelo governo chinês. As bolsas europeias também registraram quedas expressivas, com as ações do setor bancário entre as maiores retrações.

Nos Estados Unidos, as ações da Apple e da Nvidia caíram entre 8% e quase 10%. Além dos temores de uma recessão, o recuo das ações foi influenciado pela revelação de que a Berkshire Hathaway reduziu sua participação na Apple em quase 50%. Há também relatos de que a Nvidia vai adiar o lançamento de seus chips de inteligência artificial de próxima geração em pelo menos três meses. O futuro do Nasdaq caiu mais de 4%. Em busca de proteção, os rendimentos dos Treasuries e o dólar em relação ao euro e ao iene recuaram. O preço do petróleo caiu cerca de 2%.

Impacto no Brasil

A fuga de investidores de ativos de risco no exterior deve impactar o Brasil. No pré-mercado de Nova York, os ADRs das principais empresas brasileiras caíram, assim como o EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil. Apesar do avanço de 1,97% no preço do minério de ferro em Dalian, as ações da Vale podem ser afetadas pelo risco de recessão nos EUA. A queda de 2% no preço do petróleo também deve impactar as ações do setor na Bolsa, pressionando o Ibovespa.

O lucro trimestral do Bradesco, embora acima do esperado, pode não ser suficiente para evitar a queda das ações do banco. A expectativa é de um recuo generalizado no Índice Bovespa, com o dólar subindo. Os juros futuros podem cair, influenciados pela queda dos rendimentos dos Treasuries, aumentando a pressão sobre o Banco Central e as expectativas para a ata do Copom e o IPCA de julho.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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