Em uma coletiva de imprensa recente, a Casa Branca surpreendeu o público com uma nova abordagem em relação ao fenômeno dos OVNIs, também conhecidos como Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs, na sigla em inglês). A Administração Biden expressou um desejo de transparência, um passo significativo rumo à aceitação de que essas aparições podem ser um assunto sério e legítimo, contrapondo a atitude de escárnio que prevaleceu em muitos círculos políticos no passado.
Na última segunda-feira (17), uma coletiva de imprensa na Casa Branca reuniu o Secretário de Imprensa, Karine Jean-Pierre, e o Coordenador do NSC para Comunicações Estratégicas, John Kirby, para discutir a questão dos UAPs, um tópico que tem ganhado destaque em Washington.
A pauta girou em torno da transparência que a administração Biden acredita que o público americano merece e deve ter em relação aos UAPs. Questionado sobre a questão, Kirby foi cauteloso ao não se pronunciar sobre a legislação proposta, mas enfatizou que o Pentágono criou uma organização inteira para ajudar a coletar, coordenar e relatar avistamentos de UAPs em todo o exército.
UAPs impactando o treinamento militar
Kirby destacou que alguns desses fenômenos já tiveram impacto nas áreas de treinamento. “Quando os pilotos estão tentando treinar no ar e veem essas coisas, eles não têm certeza do que são, e isso pode afetar o aperfeiçoamento de suas habilidades“, ressaltou.
Essa afirmação sugere que os UAPs estão sendo tratados de maneira séria pelo Pentágono, colocando-os como uma questão legítima. Kirby, porém, evitou responder a perguntas sobre “denunciantes individuais”, especificamente o oficial de inteligência sênior aposentado, David Grusch, cujas afirmações explosivas sobre UAPs provocaram audiências de supervisão congressional abertas.
No mês passado, Grusch veio a público alegando que o exército americano e os contratados de defesa estão escondendo evidências de UAPs acidentados, “seres” recuperados e mortes relacionadas aos UAPs. Quando perguntado sobre as alegações de Grusch, Kirby respondeu: “Não vou falar sobre denunciantes individuais“.
Kirby insistiu que o Pentágono quer “entender melhor” o que está acontecendo no espaço aéreo restrito do país, onde ocorrem os treinamentos de pilotos. Ele ressaltou que o Pentágono criou uma organização inteira para ajudar a coletar e coordenar o relato e a análise dos avistamentos de UAPs em todo o exército.
A busca por compreensão
As afirmações de Kirby corroboram com o vídeo de UAP de 2015 da Marinha dos EUA, que retrata um objeto misterioso voando em espaço aéreo restrito na costa do Atlântico. Segundo ele, os esforços militares atuais dos EUA são o primeiro “esforço coordenado e integrado“, desconsiderando programas de investigação de UAPs altamente classificados e agora públicos, dirigidos pela Agência de Inteligência de Defesa do Pentágono.
Kirby foi rápido em acrescentar que nem ele, a Casa Branca, nem o Pentágono chegaram a conclusões firmes sobre o fenômeno, apesar de terem abatido vários UAPs sobre o Canadá e o Alasca em fevereiro passado. “Não estamos dizendo o que são ou o que não são“, destacou Kirby. “Estamos dizendo que há algo que nossos pilotos estão vendo. Estamos dizendo que isso teve um efeito em algumas de nossas operações de treinamento. E então, queremos chegar ao fundo disso. Queremos entendê-lo melhor“.
