Ex-gerente da Zara foi condenado por racismo contra delegada em loja de Fortaleza

O ex-gerente da Zara foi condenado por racismo após impedir a entrada de uma delegada negra em uma loja de Fortaleza, destacando a importância da luta contra a discriminação racial no Brasil.

O caso envolvendo o ex-gerente da Zara, Bruno Filipe Simões Antônio, ganhou grande repercussão nacional e internacional, quando a delegada Ana Paula Barroso foi barrada ao tentar entrar em uma das lojas da rede, localizada em um shopping de Fortaleza. O incidente, ocorrido em 14 de setembro de 2021, foi amplamente discutido na mídia e gerou debates sobre discriminação racial e direitos humanos no Brasil. O ex-gerente foi condenado pelo crime de racismo, destacando a importância de combater práticas discriminatórias no ambiente comercial.

A decisão judicial, proferida pelo juiz Francisco das Chagas Gomes, condenou o ex-gerente a um ano, um mês e 15 dias de reclusão, pena que foi convertida em duas medidas restritivas de direitos, devido ao réu ser primário e a pena não ultrapassar quatro anos. Este caso é um exemplo de como a Justiça pode atuar para coibir práticas racistas, garantindo que atos de discriminação não fiquem impunes, especialmente em estabelecimentos comerciais que recebem um grande número de clientes diariamente.

Condenação por racismo e substituição da pena

O ex-gerente da Zara foi condenado por racismo após ter impedido a delegada Ana Paula Barroso de entrar na loja sob o pretexto de que ela estava sem máscara e consumindo sorvete. Essa justificativa, no entanto, foi refutada por imagens de câmeras de segurança que mostraram outras pessoas, brancas e também sem máscara, sendo permitidas de entrar na loja no mesmo dia. O juiz considerou que houve um tratamento diferenciado e discriminatório contra a delegada, violando seus direitos fundamentais.

A pena imposta ao ex-gerente foi substituída por duas penas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana. Essa decisão ocorreu porque Bruno Filipe Simões Antônio era réu primário e a pena de reclusão não ultrapassou quatro anos.

Repercussão do caso e investigação de discriminação

O caso teve ampla repercussão e levantou questões importantes sobre discriminação racial no Brasil. A delegada Ana Paula Barroso relatou que se sentiu constrangida e discriminada pela abordagem ríspida do ex-gerente, que foi considerada exagerada e injusta, especialmente porque outras pessoas no mesmo local não foram submetidas às mesmas exigências. Este tratamento diferenciado evidenciou o racismo estrutural presente na sociedade e, particularmente, em ambientes comerciais.

Durante as investigações, a Polícia Civil do Ceará descobriu que a loja Zara utilizava um código sonoro interno, “Zara zerou”, para identificar clientes considerados “suspeitos”, que, em muitos casos, eram pessoas negras ou que vestiam roupas simples. Este fato chocou a opinião pública e trouxe à tona práticas discriminatórias que muitas vezes passam despercebidas. A Zara, no entanto, negou a existência desse código, mas as investigações apontaram o contrário, corroborando a acusação de racismo.

Leandro Mendonça Cassimiro

Leandro Mendonça é Editor do N10 CE. Formado em Administração pela Faculdade Latino Americana de Educação (FLATED). Teve passagem pelo RD1 Audiência e site NaTelinha. Atualmente mantém ativo o Guia de Perfumes e o Todo Canal, também parceiros do Portal N10.

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